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Língua Portuguesa - Romantismo - Segundo ano

  • CEASP
  • 3 de abr. de 2020
  • 5 min de leitura

Atualizado: 6 de abr. de 2020

Colégio Estadual Antonio dos Santos Paim

Disciplina: Língua portuguesa e Literatura Brasileira

Profa.: Eliene Silva - Data: 03/04/2020


Romantismo


Prezados alunos,


Iniciamos nosso ano letivo falando sobre o Romantismo, tendência estética que dominou a produção artística européia durante boa parte do século XIX e que exerceu grande influência nos autores brasileiros, os quais deram às características do Romantismo “as cores locais”. Além disso, podemos dizer que é o Romantismo que dá início a “sofrência” por amor.


Vamos a um resumo do que vimos até então? Lembrete: conteúdo no livro didático, páginas 12-17.


Bom, eu disse em sala que para entender melhor como surgem as correntes estéticas literárias e as suas características é IMPRESCINDÍVEL entender o contexto histórico de quando cada tendência surge ou ganha força.


Portanto, lembrem-se: Literatura e História são áreas de conhecimentos que estão intimamente ligadas!


Em 1822, o Brasil conquistou sua independência política*, mas não tinha definida a sua identidade ainda. E agora quem é o povo brasileiro? O que melhor os representa? E acreditem: a literatura vai ter um papel importantíssimo nesse processo de construção de uma identidade nacional.


MAS ANTES,


Vamos dar uma olhada no que foi o Romantismo na Europa.


Em 14 de julho de 1789, em Paris, foi iniciado um movimento que mudou o perfil político, social e cultural da Europa: A Revolução Francesa.

Através dessa revolução o povo - e não mais os heróis solitários do passado – passa a protagonizar a cena da História.


O nascimento do cidadão


Em 1789 foi aprovado um texto que resumia os direitos básicos da sociedade moderna, a “Declaração dos direitos do homem e do cidadão”, a qual tinha forte influência do texto de Declaração de Independência dos Estados Unidos e pelas ideias dos principais filósofos iluministas.

E qual foi a importância desse documento? Bom, é através dele que, depois de séculos de isolamento, sofrimento e exploração da monarquia, o homem comum passa a ter sua liberdade e igualdade afirmadas. Nasce assim o conceito de cidadão, que é subordinado a leis que, por sua vez, lhe servem de garantia aos direitos básicos.


Da revolução política à revolução econômica


A queda da monarquia francesa abalou a monarquia de vários países europeus e várias mudanças foram acontecendo.


Na Inglaterra, por exemplo, o modo de produção começou a mudar: do artesanal para o fabril (de fábricas). A máquina a vapor, os motores movidos a carvão e os teares mecânicos multiplicaram o rendimento do trabalho e o ganho do burguês dono do capital (ou seja, quem já tinha dinheiro passou a tê-lo ainda mais).


Isso promoveu uma alteração nas relações sociais. De um lado ficaram os empresários (burgueses capitalistas), donos do dinheiro, das máquinas, da matéria-prima e dos bens produzidos pelo trabalho. Do outro lado, o proletariado, o trabalhador que não tinha mais que oferecer a não ser a sua força de trabalho, que era vendida em troca de salários (notaram a semelhança com o que acontece atualmente? Pois é, foi no séc. XVIII que esse modelo se instaurou, não foi sempre assim não!)


Já no início do século XIX a Inglaterra estava em plena Revolução Industrial, ferrovias foram construídas, aumentando a circulação de mercadorias, e fábricas foram instaladas próximas aos centros urbanos. Uma das consequências disso foi a saída de muitas pessoas do campo para a cidade, iludidos como a ideia de que a prosperidade na zona urbana viria mais fácil.


Juntas, a Revolução Francesa, a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Industrial determinaram a queda do Antigo Regime e consolidaram o Capitalismo como novo sistema econômico.


O Romantismo: a força dos sentimentos


Até o século XVIII a arte esteve voltada para os nobres e seus valores. Mas quando o burguês conquista o poder, ele precisa criar suas próprias referências artísticas e padrões estéticos nos quais se reconheça.


Para romper com os padrões estéticos do arcadismo, o movimento romântico procura interpretar a realidade pelo filtro da emoção. Combinada à emoção e ao subjetivismo, a expressão das emoções é que definirá os princípios da nova produção artística.


Lembrete: o termo Romantismo diz respeito à estética definida pela expressão da imaginação, das emoções e da criatividade individual do artística. Representa uma ruptura com os padrões clássicos de beleza.


Em lugar de louvar a beleza clássica, que exige uma natureza e um físico perfeitos, o romantismo valorizará o esforço individual, a sinceridade e o trabalho.


Projeto literário do Romantismo


O projeto literário a ser cumprido pelo Romantismo é o de “Criar uma identidade estética para o burguês”. Por isso, podemos dizer que o Romantismo é a arte da burguesia.

E como executar esse projeto? Valorizando, na obra literária, o indivíduo e toda sua complexidade emocional, abolindo o controle racional. Assim os textos românticos mostrarão heróis que precisam agir, sofrer (olha a sofrência aí, gente! rsrs) e superar obstáculos de diversas naturezas para vencer na vida e se tornar um exemplo.


Agentes do discurso


Contexto de produção: O desaparecimento da figura do mecenas (espécie de protetor, patrocinador dos poetas e outros artistas) contribui para a profissionalização dos artistas. O que isso significa? Significa que pela primeira vez os escritores produzem para sobreviver, como forma de ganhar o pão de cada dia. Como precisam agradar ao público, os textos são feitos para divertir e divulgar os valores da burguesia.

Contexto de circulação: Nos séculos XVII e XVIII, praticamente só os nobres e outros escritores tinham acesso a leitura. No século XIX esse cenário mudou devido à possibilidade de publicação dos textos literários em veículos de grande circulação, como os jornais e revistas. Assim, o alcance da literatura se ampliou bastante.


O Romantismo e o público


O público que lê os textos românticos é bem diferente daquele que tinha acesso a leitura no passado. É mais heterogêneo (tem um perfil variado) e não conhece os autores clássicos, não possui a mesma formação dos nobres, não entendem as referências à mitologia greco-latina. Por isso, preferem textos com uma linguagem mais direta e simples.

Como os escritores agora precisam sobreviver do seu trabalho, eles têm que criar obras que sejam do agrado e interesse desse novo público. Assim, as obras românticas procuram atender ao gosto pela aventura e pelo pitoresco, fazendo da leitura um momento de diversão e entretenimento.

Exaltação da imaginação e dos sentimentos

- O romântico considera a imaginação superior à razão e à beleza.

- A originalidade substitui a imitação.

- Os novos artistas encontram em si mesmos as referências para interpretar a realidade.

Fuga do presente e da realidade

O autor romântico escreve para uma sociedade que se formou a partir dos ideais iluministas e, portanto, valoriza a razão e as posturas coletivas. Em contrapartida, seus próprios ideais são centrados na expressão dos sentimentos e emoções. Assim, esse escritor sente-se desajustado por causa desse confronto entre os valores e ideais que acredita e os que regem a sociedade.


Esse confronto ganha forma num dos temas mais exploradas na literatura romântica: a fuga da realidade.


E quais mecanismos o autor encontrar como forma de escape, de fuga dessa realidade na qual ele não se encaixa?


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Nesse caso, a morte passa a ser idealizada, como forma de alivio das dores do mundo ou para encontro definitivo dos amantes, que em vida foram separados pelos obstáculos da sociedade.


Já o mundo dos sonhos torna-se um espaço de fuga porque o escritor pode projetar nele suas utopias (pessoais e sociais), criar uma sociedade perfeita na qual prevaleçam os seus ideais. Aqui, o passado passa a ser idealizado.


É assim que os temas medievais ressurgem com força total. A Idade Média representa para os autores românticos uma época em que havia diversos feitos heroicos, sentimentos nobres e harmonia.


Recuperar o passado significava reconstruir os passos de um povo e reconhecer os símbolos de sua identidade.

Atividade


Entre no clima dos românticos! Busque um poema do romantismo europeu ou brasileiro que mais lhe agradar, grave um áudio declamando-o e monte um vídeo (máximo 2 minutos) com imagens que combinem com seu poema para acompanhar a sua declamação. Compartilhe o vídeo no grupo de whatsapp com sua turma. Depois, escolham os três melhores e enviem para a professora.



 
 
 

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