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Língua Portuguesa - Segundo ano - Atividade

  • CEASP
  • 8 de abr. de 2020
  • 6 min de leitura

Colégio Estadual Antonio dos Santos Paim

Disciplina: Língua portuguesa e Literatura Brasileira

Profa.: Eliene Silva - Data: 15/04/2020



O prazo para me enviarem os vídeos com poemas do Romantismo é até a próxima quarta-feira, 22/04/2020. Junto com a lista, o líder da turma deve me enviar a foto de uma lista com o nome de todos os colegas que cumpriram a atividade (ou seja, que enviaram para o grupo seus vídeos).

ATENÇÃO: Não apaguem o vídeo da memória do celular de vocês. Pode ser que no retorno às aulas eu queria vê-los.


Teses e argumentos


Caros alunos,


Ao longo do ano escolar, este e o próximo, vocês se depararão muitas vezes com textos dissertativo-argumentativo, tipo exigido pelo ENEM e demais vestibulares. Mas antes de estudar esse tipo de textos, vamos estudar dois conceitos fundamentais: tese e argumento.


O que é uma tese?


Podemos considerar a Tese como uma opinião, um ponto de vista ou um posicionamento crítico a respeito de algum tema, sendo parte fundamental do texto argumentativo.


E o que é um argumento?


Um argumento é um conjunto de enunciados que se relacionam e levam a uma conclusão. Pode ser definido como uma afirmação acompanhada de justificativa ou como uma prova que serve para afirmar ou negar um fato.


Em nosso dia a dia estamos o tempo todo argumentando, seja para defender as nossas opiniões, seja para convencer alguém de algo. Vejamos: se nesse momento você estivesse querendo comprar algo, por exemplo um celular, mas precisa que seus pais aprovem a compra ou lhe deem o dinheiro para comprar? O que você diria para tentar convencê-lo a fazer a compra? O que você diria para justificar essa "necessidade"?


Pois bem, isso é um argumentar!!


E para tornar nossos argumentos ainda mais sólidos e convincentes, podemos usar diversos tipos de informações, dados estatísticos, fatos, argumentos de autoridades, citações, exemplificações, etc.


Exemplo!!


Aqui, o autor parte de exemplificações para, a partir delas, enunciar uma tese.


Veja bem, o Brasil a cada ano exporta mais e mais (argumento 1);/ além disso, todo ano batemos recordes de produção agrícola (argumento 2)./ Sem contar que nosso parque industrial é um dos mais modernos do mundo (argumento 3)./ Definitivamente, somos o país do futuro. (TESE).


Querem aprender mais um pouco mais?


Assistam a essa vídeoaula maravilhosa e curtinha! Em seguida, façam as atividades para testar o aprendizado.




Agora vamos exercitar!!!!!!


Atividades


1) Leia o texto “Chame um sociólogo”, de Célia Tolentino, transcrito nas próximas paginas.


CHAME UM SOCIÓLOGO Célia Tolentino

De tempos em tempos precisamos repensar sobre esta questão: quem é o povo brasileiro, essa entidade enigmática? Principalmente em um ano eleitoral importante como este, em que de um lado estão aqueles que veem os problemas do Brasil, não somente de caráter político, como um resultado da falta de capacidade crítica do povo brasileiro e de outro, aqueles que acreditam que a população é sempre a vítima do nosso atraso histórico, do abandono, da falta de educação e de informação.

A ideia de que o brasileiro é sempre um sujeito diferente daquele que fala é antiga no Brasil. O povo é o outro e nunca nós mesmos. E esse povo, que é o outro, é sempre o ignorante, o inculto, o amarfanhado, o pobre, o analfabeto, o distante. Em 1907, a revista Fon Fon! trazia em um de seus exemplares uma caricatura chamada de Zé Povo. Tal como viríamos a usar esta expressão até hoje, o Zé Povo (ou Zé Povinho) era o sujeito mal vestido, magro e desengonçado. Contra ele estava o mundo da política ou o dos grã-finos. A caricatura da Fon Fon! fazia uma crítica mordaz, sugerindo que, enquanto os políticos e os elegantes (que acabavam sendo da mesma elite) se divertiam, o Zé Povo pagava as contas, trabalhava nas repartições públicas e sofria com sua vidinha modorrenta. […]

O mesmo acontece anos mais tarde quando, em 1914, Monteiro Lobato chamou o homem pobre rural de Jeca Tatu. Segundo o escritor, Jeca era o protótipo do povo brasileiro que, acocorado sobre os calcanhares, seria incapaz de se levantar para encarar o trabalho disciplinado e a modernização do País. As duas coisas ficariam a cargo dos imigrantes europeus que estavam ocupando os melhores postos de trabalho e forjando o progresso.

Nos anos 30, a discussão volta ao cenário, e a grande preocupação é com o caráter da nação brasileira. Artistas, escritores, sociólogos buscam uma definição, e as manifestações culturais populares são recolhidas para fazer parte da música, da dança, da literatura. O povo brasileiro passa a ser ingrediente fundamental na constituição da nação, e Getúlio Vargas, inaugurando o chamado populismo, fala em nome do povo e se define como o pai dos pobres, isto é, do povo, para o povo. Mas quem era ele? O índio, o nordestino, o nortista, o negro, o pobre, o caboclo, o operário, o homem rural?

Ao governo populista não interessava o trabalhador organizado, mas “este povo” em abstrato, sujeito crente e passivo, protegido e reprimido pelo Estado. A discussão volta com força nos anos 50 e, em plena era desenvolvimentista, quando o Brasil começa o processo de industrialização e urbanização mais agressivo, o JecaTatu é retomado pelo cinema e Mazzaropi faz muito sucesso. A crítica, generosa, escrevia que Mazzaropi levava o verdadeiro povo brasileiro às telas. Mas, podemos perguntar outra vez: quem se identifica com o Jeca Tatu de Mazzaropi? Provavelmente ninguém deseja tal identidade para si. Portanto, o que podemos dizer, a partir destes poucos exemplos, é que a identidade nacional ou a condição de povo brasileiro é sempre atribuída a um sujeito que não somos nós. Deste modo, reaparece sempre a ideia de que de um lado existe uma elite esclarecida, proprietária, bem nascida, educada e cosmopolita, cidadã do mundo e capaz de votar bem, é claro. E de outro, o povo, o Zé Povo, o inculto, o pobre, o sem eira nem beira, o brasileiro. Quem seria ele? Ora o índio, ora o caboclo, ora o mulato, ora o cangaceiro, ora o Jeca, ora o favelado, ora o analfabeto, ora os descamisados. Mas o fato é que o povo é sempre o outro (não sou eu, aquele que fala), e este outro é quase sempre pintado como alguém cuja ignorância o faz objeto de riso, de pena, de rejeição, eleitor sem consciência.

Com este deslocamento da identidade nacional, acabamos sempre por delegar ao outro a obrigação de comportar-se como povo. No entanto, se este sujeito não é apreensível, não é identificável, então, acabamos por construir uma identidade abstrata que não pertence a ninguém. Daí para crer que o povo vota errado — mas eu não — é um passo. Sem dúvida, existe este grande desafio para a sociedade brasileira, o de enxergar-se como tal, e isto não quer dizer homogeneidade, nem ausência de conflitos sociais e de classes. Mas quer dizer que pertencer à condição de povo brasileiro significa ter alguma responsabilidade pelo coletivo, sair da individualidade consumista que nos assola e começar a pensar que nós é que fazemos a História. Enquanto isso não acontecer, continuaremos procurando pelo tal do povo brasileiro, este outro impalpável.

TOLENTINO, Célia. Chame um sociólogo. Sociologia: Ciência & Vida, São Paulo: Escala, ano 1, n.3, 2007. p. 70-71


- Agora, utilize o seu caderno para responder às questões abaixo:

1) Indique o(s) provável(eis) objetivo(s) do texto “Chame um sociólogo”. 2) Defina o provável público-alvo do texto e justifique sua definição. 3) Evidencie a principal tese defendida pela autora do texto. 4) Apresente dois argumentos usados pela autora para a defesa da tese.


5) (UFBA, 2008) Indique (V) verdadeiro ou (F) falso.

Fundamentam-se na opinião da autora as seguintes proposições: ( ) É legítimo identificar o povo brasileiro com personagens que vivem uma rotina desinteressante e medíocre. ( ) Zé Povo e Jeca tatu são idealizações sentimentais do mundo rural, pintados como personagens representativos de uma determinada época, inconsistentes no presente. ( ) Faz parte da cultura brasileira a noção de povo como um segmento social marcado por comportamentos estigmatizados pelos grupos dominantes. ( ) O personagem criado por Monteiro Lobato é apresentado por ele como o paradigma do povo brasileiro. ( ) A ideia de que o povo brasileiro, numa visão hegemônica, se confunde com o caipira, despreparado para a rotina do trabalho organizado é questionada. ( ) A sociedade brasileira é configurada por um universo social dualista que não se identifica com a totalidade da população brasileira e exime-se de responsabilidade social.

6) Marque as proposições verdadeiras.

( ) A expressão “entidade enigmática” (l. 02) acentua a natureza difusa da noção de povo. ( )A expressão “do nosso atraso histórico, do abandono, da falta de educação e de informação” (l. 05) modifica o substantivo “vítima” (l. 05). ( ) A afirmação “O povo é o outro e nunca nós mesmos.” (l. 06 -07) introduz um novo ponto de vista a ser discutido pela autora. ( ) A qualificação “generosa” (l. 28), aplicada ao que a crítica falou sobre o filme Jeca Tatu, conota ironia. ( ) O pronome “tal”, presente no fragmento “o de enxerga-se como tal” (l. 43), aplica-se à expressão “sociedade brasileira” (l. 42-43).


7) Observando a charge acima, de Laerte, responda às questões:

ree

- O verbo da segunda frase, dentro do contexto em que se insere, indica a) pedido, o que aparece representado através de uma linguagem imperativa. b) conselho, o que sugere preocupação com o destino do leitor crítico. c) ordem, o que aparece representado de forma acusativa, como se o leitor cometesse um delito. d) pedido, o que representa desejo de que o leitor não discrimine os alienados. e) ordem, o que indica preocupação em proteger a população dos efeitos da leitura.

8) Explique a expressão “com as mãos para cima”, no contexto do texto I.


 
 
 

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