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Língua Portuguesa - Literatura, arte e representação - Primeiros anos

  • CEASP
  • 3 de abr. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 6 de abr. de 2020

Colégio Estadual Antonio dos Santos Paim

Disciplina: Língua portuguesa e Literatura Brasileira

Profa.: Eliene Silva Data: 01/04/2020


Literatura, arte e representação


Caros estudantes,


Em nossas aulas presenciais, fizemos uma introdução aos estudos literários. Vimos que literatura é uma forma de arte e que toda obra de arte é uma representação da realidade. Portanto a literatura é, entre outras coisas, representação.

Durante as aulas, acenei para a necessidade de voltarmos um pouco e entendermos o que é e qual a importância da arte para a humanidade, a fim de situarmos a literatura nesse contexto. Vamos a um resumo!


Para entender o que é arte, é necessário termos em mente a distinção entre os conceitos de realidade e ficção.

Realidade diz respeito a tudo aquilo que existe no mundo conhecido, que identificamos como concreto ou reconhecemos como verdade.

Ficção, por sua vez, está relacionada à criação, à fantasia, ao imaginário.


A ficção possibilita a construção de uma “realidade” para atender a objetivos específicos: distrair, encantar, divertir, criticar, refletir, etc.

Lembrem-se, porém que, na prática, os limites entre ficção e realidade são muito tênues, estreitos. Isso quer dizer que é possível confundir realidade e ficção mais facilmente do que se pode imaginar.

Recordem-se do exemplo que dei da fotografia. Quando perguntei se uma foto era ficção ou realidade, boa parte de vocês, nas três turmas, me disse que era realidade. Na verdade, uma foto é uma captura de um momento, um ângulo da realidade que pode ser vista e interpretada de vários pontos. Portanto, a representação de um momento real, que ainda assim pode ser manipulado, falseado, com ou sem o auxílio de ferramentas de edição.

Aqui a foto do príncipe Willian da Inglaterra, que comentei com vocês.

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Viram como nossa visão, muitas vezes, é extremamente parcial? Na maioria das vezes, só conseguimos olhar para as coisas de um único ângulo. Essa montagem acima é a maior prova de que, a partir do ângulo que olhamos, podemos ter diferentes interpretações do real.


Voltemos para a questão da arte...


A história da humanidade mostra que para sobreviver e dominar a natureza, o ser humano tem criado objetos que ajudam a superar as nossas limitações físicas. Considere como exemplo o copo, um trator, um telescópio, o celular, a escrita....

No entanto, independente do momento histórico, do local e da cultura o ser humano também tem produzido objetos que não têm um uso prático. As obras de artes mais antigas, por exemplo, datam de 25.000 anos a.C. (antes de Cristo).

Pergunta: Se não há um uso prático, para que o ser humano produz arte então?

Pensem e respondam no caderno!!


Mas o que é arte, afinal?


Por muito tempo, a arte foi considerada como a representação do belo. Só que até mesmo o conceito de belo não é único, pois varia em função do momento histórico, cultura e local.

Na antiguidade, o conceito de belo estava atrelado à harmonia e proporção entre as formas. Por esse motivo, entre os gregos, o ideal de beleza ganhou forma na representação dos seres humanos.

Ao longo do tempo esse conceito foi mudando e, atualmente, temos concepções mais variadas do que é belo e do que é a beleza. Ultimamente temos visto que o padrão de beleza centrado na figura do branco europeu tem se enfraquecido e em troca, tem-se dado valor e destaque à diversidade e às diversas belezas e estéticas.

Enfim, vamos considerar arte da seguinte forma:

Arte é a permanente recriação de uma linguagem. É também espaço de provocação, reflexão e interrogação.


Agora é hora de exercitar o nosso conhecimento!


Atividades


Atenção!! Vocês devem copiar as questões e as respostas no caderno.


1) Observe o quadro de René Magritte.


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MAGRITTE, R. Isto não é uma maçã. 1964. Óleo sobre a tela, 152 x 100 cm. A pintura de René Magritte (1898-1967) marcou a arte do século XX. Seus quadros questionam a própria natureza da pintura e a ação do pintor sobre a imagem.


a) Nele, pode-se ler a seguinte afirmação: “Isto não é uma maçã”. Considerando a imagem e as discussões feitas em sala e relembradas aqui, como você explicaria essa afirmação?


b) Você consideraria a proposta de Magritte uma obra de arte? Por quê?



2) Leia agora um fragmento de A metamorfose, de Franz Kafka (1883-1924). Repare como elementos do mundo real contribuem para que, como leitores, aceitemos a criação ficcional proposta pelo narrador


Quando­ certa­ manhã­ Gregor­ Samsa­ acordou­ de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama meta­morfoseado num inseto monstruoso. Estava deitado sobre­ suas costas­ duras­ como coura­ça­ e, ao levan­tar­ um pouco­ a cabe­ça,­ viu seu ventre­ abaula­do,­ marrom,­ divi­di­do­ por nervu­ras­ arquea­das,­ no topo do qual a cober­ta,­ prestes­ a desli­zar­ de vez, ainda­ mal se susti­­nha. Suas numerosas pernas, lastimavelmente finas em comparação com o volume do resto do corpo, tremu­lavam desamparadas diante dos seus olhos.

- O que aconte­ceu­ comi­go?­ - pensou­.

Não era um sonho­. Seu quarto,­ um autên­ti­co­ quarto huma­no,­ só que um pouco­ peque­no­ demais,­ permanecia calmo entre as quatro paredes bem conhecidas. Sobre a mesa, na qual se espalhava, desempacotado, um mostruário de tecidos - Samsa era caixeiro-via­jante­ -, pen­dia a imagem­ que ele havia­ re­corta­do­ fazia pouco tempo de uma revista ilustrada e colocado numa bela moldura dourada. Representava uma dama de chapéu­ de pele e boá de pele que, sen­tada­ em posição ereta, erguia ao encontro do espectador um pesado regalo também de pele, no qual desaparecia todo o seu antebraço.

O olhar de Gregor­ diri­giu­-se então­ para a jane­la­ e o tempo turvo - ouviam-se gotas de chuva batendo no zinco do parapeito - deixou-o inteiramente me­lancólico.


a) Observe as informações do texto sobre o quarto e a profissão de Samsa. Como você caracterizaria a personagem a partir desses dados? b) Samsa "encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso". A descrição de seu novo corpo justifica o adjetivo destacado? Por quê? c) No caderno, procure descrever como você imagina que a personagem tenha se sentido quando se deu conta dessa transformação. ​


3) Quais dos elementos e acontecimentos apresentados no texto poderiam existir fora do universo da ficção? Quais não poderiam?


b) o que faz com que os leitores aceitem como possíveis os elementos ou acontecimentos que não poderiam ocorrer fora desse universo?


4) Você viu que a arte pode provocar, emocionar, retratar uma época, etc. Para você, qual desses sentidos da arte é o mais importante?

a) Qual é a obra (música, filme ou livro) que melhor representa o sentindo pra você? Explique.



Para dúvidas, entrem em contato via Wpp. Bom trabalho!

 
 
 

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